Renata Suzuki Brondi - Doctoralia.com.br
Novo estudo sobre mamografia

Novo estudo questiona idade para início das mamografias periódicas no Brasil

A pesquisa Amazona III, conduzida pelo Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama (GBECAM), que envolveu diversos centros de tratamento em todo o país, sugere um novo debate sobre qual a idade para as mulheres começarem a fazer o exame de mamografia periodicamente. Preconizando o que a Sociedade Brasileira de Mastologia sugere em relação ao início da realização da mamografia, a pesquisa revelou que no Brasil o diagnóstico do câncer de mama das mulheres com menos de 50 anos está em torno de 17%, sendo o dobro da porcentagem em relação aos países desenvolvidos, que está entre 5% e 7%.

Essa pesquisa começou em 2016 e a meta é acompanhar as pacientes até 2021, para avaliar os tratamentos, cirurgias, recidiva da doença e taxa de sobrevida.

Ela foi feita através de 2.950 mulheres, de 22 centros de saúde em nove Estados, que descobriram o tumor entre janeiro de 2016 e março de 2018.

O estudo mostrou também que as pacientes do serviço público apresentavam a doença em estágio mais avançado do que as pacientes de serviços privados. Neste caso, é preciso levar em conta se a diferença é resultado do maior acesso a informação e tratamento por quem tem melhores condições financeiras.

O que temos neste cenário, atualmente?

O Ministério da Saúde recomenda a mamografia a partir dos 50 anos e a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) a partir dos 40 anos. Antes disso, o exame só é indicado para pacientes dos grupos de alto risco, sendo o ideal dar início ao rastreamento com mamografia a partir de 30-35 anos.

Em outros países, a orientação também pode variar, na Itália, se indica a mamografia a partir dos 50 anos (bianual). E, de acordo a Sociedade Americana dos Cirurgiões da Mama, a idade recomendada para se iniciar a mamografia em mulheres de baixo risco, seria a partir dos 40 anos (anualmente).

Estudos anteriores mostraram que podemos diminuir os casos avançados da doença em até 30% com rastreamento da mamografia. Diante desta nova pesquisa, é preciso repensarmos esses padrões, já que pelo menos um terço dos casos da doença afetam mulheres antes dos 50 anos.

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